Arquivo de maio, 2011

Avoid

Publicado: 24/05/2011 em versos

Minhas desculpas de nada valeram. Ver seu olhar fugindo do meu, com um misto de desprezo e vergonha, acabaram logo pela manhã com o que poderia ser apenas um dia normal, atormentando-me até agora. Escrevo isso para não esquecer de esquecer as esperanças de você, para quem sabe um dia parar com esta paixão cega por cada garota que me dá um pouco de atenção…

Muitas coisas* aconteceram desde meu ultimo post sobre Panico 4 e a maioria delas não foram boas…

 A começar pelo tão aguardado THOR, novo filme da Marvel Studios que traz para o grande publico um dos mais clássicos heróis da Casa das Idéias: Thor, o impulsivo e violento deus do trovão é exilado de Asgard, a terra dos deuses nordicos, por seu pai, Odin, caindo no nosso querido planetinha, onde aprenderá o verdadeiro significado da força.

A primeira meia hora do filme é fantástica, e te enche de expectativas: o poder esmagador de Thor é mostrado, todo o visual de Asgard é incrivel e a relação Loki/Thor/Odin é emocionante, mas depois que o deus do trovão caí na Terra, todo o potencial do filme caí com ele: o que até então era um puta épico se torna um road movie fraquissimo:1 hora de conversa furada, romance forçado e gags sem graça até a batalha final, na qual o longa recupera alguma qualidade. É normal que um action movie tenha seus momentos de descontração e chatice, a chamada “barriga” do filme, acontece que a “barriga” de THOR é enorme, tornando o grande miolo do filme numa sitcom sem as risadas gravadas.

Sem falar no fator Donald Blake. No filme ele se resume a uma simples identidade falsa dada ao deus caído para disfarça-lo (muito porcamente) como civil, enquanto nos quadrinhos, o simpático e pacifico Dr. Blake é a própria reencarnação de Thor na Terra, um talentoso médico, porem fisicamente debilitado, sem a minima consciência de seus poderes e seu passado asgardiano até o dia em que, acuado por uma invasão alienígena, encontra o  poderoso martelo Mjölnir, recobra sua origem divina e se torna novamente o Deus do Trovão.

Pra não ficar parecendo mimimi de fã maluco, fique sabendo que nunca fui fanático pelo personagem e tal, o que eu acho é que a fragilidade e humanidade de Donald Blake acrescentariam em muito na carga dramática do filme. Eu sei que atualmente, Thor tem total controle sobre sua forma humana e divina, mas um herói precisa de limitações, precisa fazer sacrifícios, caso contrário você não cria afeto, não se importa porque ele é imortal, invencível, porque ele é a porra de um deus, goddammit!! No longa, não existe resistência terrestre que pare o Thor, mesmo sem o martelo! Tony Stark, Bruce Banner, Peter Parker são fodidos, cheio de complexos e traumas, é essa humanidade que faz da Marvel a Marvel, você sente afeto pelos personagens, no sentido mais literal da palavra, mas como me colocar no lugar de um marombado deus asgardiano loiro de olhos azuis? Não dá!

 Os problemas de THOR são dois:  ritmo e a humanidade. Nota 7 pelas cenas de ação, pela Nat, pela Kat e pelo ator que fez o Loki, o “vilão”, porem o personagem mais humano do filme… e olha que é um deus! Uma pena… grandes expectativas dão nisso.

A expectativa é a pilha errada da alma. Passamos grande parte da vida esperando coisas, e através destas esperanças agimos. O problema não é o esperar, o problema é o impacto que a expectativa, quando frustrada , causa no ser que espera. Quanto mais relevância dá-se ao porvir, maior a idealização, maior a frustração. Só que não adianta dizer “não se importe tanto” a um neurótico como eu, porque eu me importo e sei que vou apanhar muito da vida por causa disso…Sim, eu sei que não tem nada a ver com o filme, mas é meu blog, minhas regras!

PS*: As outras coisas ficam para os próximos posts,beleza?